Bem, numa visão bastante generalista, foi na década de 80 que houve uma explosão de reclamações em tudo quanto é lugar, começando pelas escolas. Nunca se viu tanta gente lutando abertamente por um monte de coisas. Os professores mais admirados eram aqueles que falavam mal das coisas do país e até mesmo da própria escola abertamente aos alunos, que concordavam com tudo e se uniam àqueles para botar a boca no mundo. Talvez isso tivesse uma explicação pelo pós-militarismo que impedia até mesmo que se falasse mal do presidente da república em sala de aula, o que constituía crime.
Com o passar do tempo, as pessoas perceberam que o "monstro" oponente era tão humano e real quanto elas mesmas. Caso permanecessem apenas se queixando de tudo e de todos se transformariam em figuras quixotescas, tentando exterminar dragões imaginários. Ora, quem queria algo ia lá e pegava. Quem tinha uma queixa contra alguma empresa ia lá no Procon, nos juizados de pequenas causas ou nas delegacias do trabalho e sem nehum interlocutor procurava sanar seus problemas.
Os sindicatos mudaram de perfil e atitude. Assim como os jovens universitários, que deixaram de pichar paredes com "fora FMI!". Não que adotaram uma postura passiva, complacente com o peso dos capitalistas selvagens, mas mudaram a linguagem e foram fazer outra coisa.
E hoje em dia ninguém suporta mais que um colega de trabalho passe o dia inteiro reclamando da empresa. No serviço público, observa-se a cena com maior freqüência por aqueles que não sabem o que é trabalhar por resultado. Mas, enfim, uma coisa é se queixar de um salário que não saiu no dia por motivo não justificado, ou ter que ir trabalhar ainda que sob atestado médico por não haver quem substitua. Outra coisa é passar o dia todo, todos os dias reclamando para os colegas de trabalho da empresa insuportável. Se é algo que dá para ele mesmo consertar, que vá lá e faça. Caso contrário, o remédio é ficar calado e procurar um emprego melhor. E quanto aos colegas que são obrigados a ouvir o dia todo a ladainha do queixoso, a melhor saída é fazer de conta que não estão ouvindo nada. Afinal, tanto para pessoas que só sabem reclamar assim como para os fofoqueiros de plantão, o silêncio mata o mal pela raiz.
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
sábado, 30 de agosto de 2008
O que significa "manda quem pode e obedece quem tem juízo"?
Veja o exemplo: Uma organização sempre envia e-mails para seus funcionários, cujos remetentes são os chefes contratados para seus respectivos cargos. O teor das mensagens sempre tenta transparecer que o clima e o relacionamento entre os colaboradores e a chefia é bom e que ela sempre luta para conseguir melhorias para todos. Nas reuniões ela diz que há abertura para que as pessoas falem o que pensam, mas em reuniões fechadas cobram a cabeça daqueles que são mais autênticos e que acreditaram nessa abertura, reivindicando coisas que no mundo inteiro qualquer funcionário reivindicaria normalmente. Essas poucas pessoas que tentaram quebrar a barreira foram encorajadas pela própria chefia a falar. E depois se arrependeram porque perceberam a armadilha que esse tipo de cultura organizacional apresenta. Aí, o ambiente continuou de forma que “manda quem pode e obedece quem tem juízo”. Muitos gostariam de falar das suas necessidades, mas preferem calar. São tidos como “covardes” por colegas não muito próximos, “prudentes” para os mais próximos e “inexistentes” para os chefes, que sabem sim da existência da situação. Talvez não tenham ação por medo de arriscar suas próprias cabeças. Aí, resta ao ser humano funcionário procurar defender sua sobrevivência. Ou seja, ficar atento às oportunidades novas que possam surgir no mercado e sair de fininho da empresa, “por cima”. Com sorte, serão até lembrados como “bons funcionários”, cuja perda é superada pelo orgulho que a empresa tem por ele ter ido atuar em outra organização “numa condição indiscutivelmente melhor”.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Só é selecionado quem tem Q.I. ("Quem Indica")?
Uma candidata de Curitiba cujo nome verdadeiro vamos omitir e chamá-la de Priscila, disse não ter boas recordações desses assuntos de currículo, testes e entrevistas. Que há muita "hipocrisia", que já sentiu a sensação de estar sendo enganada. Ela viu chegar durante a seleção uma pessoa sem trazer consigo um currículo, atitude diferente das demais, demonstrando pouco conhecimento no assunto da vaga em questão mas parecendo ser muito amiga do selecionador. Tudo parecia posto de forma mais simples para essa candidata até que foi constatado como a escolhida para a vaga. Priscila sentiu ter sido passada pra trás, como se tivesse sido usada pelo selecionador apenas para que este tivesse a justificativa para sua escolha de ter analisado todos os demais candidatos e não apenas aquela que foi selecionada.
Pra começar, nem sempre o candidato selecionado é alguém que entrou apenas por indicação. As empresas estão a cada dia que passa, brigando ainda mais por espaço e sobrevivência. Por isso, não podem se dar ao luxo de manter funcionários incompetentes, que não agregam nada à sua luta. Por outro lado, há um problema hoje em dia para os candidatos que é o grande número de pessoas com características semelhantes concorrendo a uma vaga. Neste caso, o selecionador ao ter uma familiaridade maior com alguém poderá acabar tendo uma tendência à contratação dessa pessoa. Afinal, selecionar uma pessoa sempre traz risco para a empresa por não saber 100% quem está admitindo.
Mas há muitos casos em que a culpa pelo aumento da frustração dos candidatos é por falta de habilidade do selecionador. Dar atenção diferenciada para um candidato quando existe uma fila aguardando é errado.
Pra começar, nem sempre o candidato selecionado é alguém que entrou apenas por indicação. As empresas estão a cada dia que passa, brigando ainda mais por espaço e sobrevivência. Por isso, não podem se dar ao luxo de manter funcionários incompetentes, que não agregam nada à sua luta. Por outro lado, há um problema hoje em dia para os candidatos que é o grande número de pessoas com características semelhantes concorrendo a uma vaga. Neste caso, o selecionador ao ter uma familiaridade maior com alguém poderá acabar tendo uma tendência à contratação dessa pessoa. Afinal, selecionar uma pessoa sempre traz risco para a empresa por não saber 100% quem está admitindo.
Mas há muitos casos em que a culpa pelo aumento da frustração dos candidatos é por falta de habilidade do selecionador. Dar atenção diferenciada para um candidato quando existe uma fila aguardando é errado.
sábado, 26 de julho de 2008
Por que há pessoas que ficam tão tensas na entrevista de seleção?
Há pessoas que não conseguem falar durante a entrevista de seleção. O nervosismo é tão grande que a voz não sai. Vários fatores podem estar interferindo nessa tensão do candidato e há alguns que são mais freqüentes como timidez e insegurança. A timidez é uma característica da personalidade do indivíduo, mas que pode ser reduzida através da exposição e atitude da pessoa. Não é fácil para quem é tímido, mas em se tratando de mercado de trabalho, o melhor é enfrentar as situações e participar do maior número possível de momentos em que se enfrente entrevistas, seleções, conversar com as pessoas. No começo pode dar a impressão de que se está agindo errado, mas com o tempo a firmeza deverá aparecer e melhorar a performance. O segundo fator é a insegurança, originada por diversas razões. A própria timidez aqui também gera insegurança, mas colocamos ela à parte por ser da personalidade. A insegurança sentida nas entrevistas de emprego geralmente estão relacionadas à falta de preparo do candidato para participar da entrevista, que requer um certo planejamento. Por exemplo, para contar um relato sobre a trajetória profissional, é interessante que seja uma história com começo, meio e fim. Pense antes de entrar na entrevista sobre cada empresa onde passou e tire dalí mentalmente uma informação importante que destaque sua passagem nela. Não chegue a muitos detalhes porque poderá se atrapalhar com muitas informações. Não faça isso só na hora da entrevista. Previamente, imagine na trajetória como se fosse um filme. Outra razão é o receio por estar diante de outros concorrentes à vaga. Uma candidata me disse que sua amiga ao vê-la na seleção baixou a cabeça ignorando-a e sequer respondeu ao seu cumprimento. É preciso entender que há concorrência em todas as seleções e que cada candidato precisa fazer o melhor possível em sua participação sem estar preocupado com os outros. Quem decidirá será o selecionador e não seus concorrentes. Também há quem fique inseguro na seleção por ver deficiências em seu currículo, como ausência de cursos importantes. Nesse caso, não há outra alternativa a não ser procurar suprir algumas necessidades como procurar os cursos que faltam. Se não for possível, resta compensar essas deficiências através da desenvoltura na entrevista, procurando ser seguro, demonstrando interesse na nova empresa, atenção ao que o entrevistador fala e reforçar os pontos de destaque em sua trajetória profissional.
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Fazer um mestrado ou mais especializações?
Os cursos de mestrado, sejam profissionalizantes (focados no mercado profissional) ou acadêmicos (focados em docência) ainda não são vistos pelas empresas como úteis. O mercado tem uma linguagem muito própria e enxerga as coisas tidas como imediatas, úteis e que logo dão retorno. Claro que é uma visão distorcida e pode estar fundamentada na imagem equivocada de que mestrado é só para quem quer investir em pesquisa e as empresas só têm tempo para ganhar dinheiro rápido e não para pesquisas. Já no campo das especializações há uma simpatia maior do mercado para os cursos, já que são mais curtos (mestrado dura em média dois anos e especialização um) e estão mais alinhados com as práticas profissionais por atenderem mais a necessidades do mercado. De modo geral, o perfil do aluno da especialização é de alguém que trabalha e está a procura de atualização e troca de informações profissionais com os demais colegas do curso. É necessário avaliar qual a finalidade do curso a ser escolhido. Se for para dar um upgrade na atividade que já desenvolve, a especialização é em princípio mais indicada e você poderá fazer várias. Se for para dar uma guinada na carreira e quem sabe até ingressar no mundo da docência em alguma faculdade, o mestrado é mais indicado.
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Investir em cursos de curta duração?
Uma pessoa que não concluiu o segundo grau, perguntou se devia investir no curso de rotinas administrativas que ela estava prestes a se inscrever. Falei que melhor seria concluir o ensino médio, que para o mercado de trabalho é o básico do básico e depois investir em cursos de curta duração ou partir para uma faculdade. Isso serve para quem já tem graduação e está achando pouco para se atirar em oportunidades de trabalho melhores. Qualquer tipo de investimento na carreira deve ser racional e os recursos financeiros que muitas vezes são escassos, investidos com acerto. Os cursos deverão ser escolhidos para reforçar aquilo que já se apresenta no currículo e não apenas para fazer crescer o currículo.
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